segunda-feira, 26 de agosto de 2019

O que realmente se sabe sobre as queimadas no Brasil

A consternação pelo aumento das queimadas no Brasil neste ano veio acompanhada de uma série de desinformações que se espalhou rapidamente alimentada pelas redes sociais.
O governo Bolsonaro tentou explicar o fenômeno ora culpando ONGs sem apresentar provas, ora sugerindo que o aumento dos incêndios era efeito do clima seco — o que também não é sustentado pelos dados.
Nas redes sociais, usuários reproduziram dados manipulados que tentavam menosprezar o tamanho do problema, e celebridades publicaram fotos antigas ou de outros lugares para tentar chamar atenção para as queimadas na Amazônia.
Pensando nisso, Aos Fatos preparou uma reportagem com o que realmente se sabe sobre as queimadas no país.
Veja abaixo:
1. A área da Amazônia queimada neste ano foi 74% maior do que a média dos últimos dez anos
Até julho deste ano, uma área de 18.629 km² foi queimada na Amazônia brasileira, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Isso é 74% mais do que a média dos dez anos anteriores para o mesmo período (2009 a 2018), que foi de 10.665 km².
A área também é a segunda maior desde 2006, perdendo apenas para 2016, quando 19.220 km2 foram queimados, também segundo o Inpe.

O número de incêndios na região também disparou. Até esta sexta-feira (23), o Inpe havia registrado 40.341 incêndios na Amazônia neste ano, número 41% maior do que a média dos dez anos anteriores. O aumento é subestimado porque os dados disponíveis consideram todo o mês de agosto dos anos anteriores, enquanto contempla, neste ano, os números até 23 de agosto.
Em todo o Brasil, foram 76.720 focos de fogo até esta sexta, 33% a mais do que a média 2009-2018 e o maior número desde 2010, ano da seca mais drástica da história na Amazônia, segundo o Inpe, quando houve 111.561 episódios. Neste caso, a comparação considera exatamente o mesmo período em todos os anos (1º de janeiro a 23 de agosto).
Embora a maior parte da atenção esteja voltada para a Amazônia, o Cerrado também sofre com as queimadas e teve uma área 45% maior incendiada neste ano. Foram 27.149 km² até julho, também segundo o Inpe.
Diferentemente da Amazônia, porém, esse número está abaixo da média entre 2009 e 2018, que foi de 34.719 km².
2. Cientistas apontam para relação entre queimadas e desmatamento
Há fortes evidências de que o desmatamento esteja por trás do surto de incêndios no país.
O Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) divulgou uma nota técnicamostrando que, no geral, os municípios onde mais aconteceram queimadas foram também aqueles onde mais se desmatou. O estudo não encontrou relação da ausência de chuvas com os focos de queimada, o que poderia sugerir causas espontâneas para os eventos.
No documento, os técnicos afirmam que “a Amazônia está queimando mais em 2019, e o período seco, por si só, não explica este aumento”.
Em gráfico, o órgão mostra as possíveis correlações dos focos de incêndio com o tempo seco e o aumento do desmatamento. Observando a visualização à esquerda, percebe-se que é possível relacionar o corte raso da floresta ao aparecimento dos focos de calor. Nele, os pontos pretos indicam os municípios onde foram registrados os maiores focos de calor. No sentido vertical, mede-se a ocorrência de queimadas; no horizontal, a área desmatada. Pelo gráfico, é possível observar que municípios mais desmatados foram também os que tiveram o maior número de focos de calor.
Sobre essa correlação, o instituto afirma que “A ocorrência de incêndios em maior número, neste ano de estiagem mais suave, indica que o desmatamento possa ser um fator de impulsionamento às chamas, hipótese testada aqui com resultado positivo: a relação entre os focos de incêndios e o desmatamento registrado do início do ano até o mês de julho mostra-se especialmente forte”.
Quando novas áreas são desmatadas, os resíduos das árvores, como folhas, galhos e restos de troncos, são queimados para limpar a região e fazer com que as cinzas nutram o solo. Por isso, a falta de correlação entre a estiagem e o aumento das queimadas também corrobora a versão de que os focos de calor são causados pelo desmatamento.
De acordo com o órgão, os dez municípios amazônicos com maiores taxas de desmatamento são também os responsáveis pela maior parte dos focos de calor. Responsáveis por 43% do desmatamento registrado até o mês de julho, os locais registram 37% dos focos de incêndio da região.
Clima não é causa. Ainda segundo apontam os gráficos, não se pode estabelecer uma correlação entre os focos de incêndio e a falta de chuvas na região. Analisando-se os dados, é possível perceber que a probabilidade de a seca ser a causa das queimadas é bastante baixa. Isso é confirmado pelo fato de o próprio Ipam afirmar, na nota, que há mais umidade na Amazônia hoje do que o que foi observado nos últimos três anos.
Um cientista da Nasa também concorda que os incêndios têm relação com o desmatamento. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas do Centro Goddard de Voo Espacial da Nasa, agência espacial americana, afirmou que a análise das imagens de satélites que indicam os focos de incêndios na região da Amazônia indicam que as queimadas têm correlação com o corte raso de floresta na região, e não outros tipos de atividades que não causam desmatamento, como preparo para novas plantações e limpeza de pastos.
De acordo com o cientista, as nuvens avistadas na região por meio das imagens de satélites têm um padrão de “pirocúmulo”, associado ao fogo ou à atividade de vulcões. Combustíveis usados na queima de pastos, segundo ele, não seriam capazes de causar colunas de fumaça tão grandes. O pesquisador ainda ressaltou que cenários parecidos com o atual só foram captados pela Nasa na região Amazônica entre 2002 e 2004, quando as taxas de desmatamento giravam em torno de 20 mil km² por ano.
3. As idas e vindas do governo Bolsonaro
Na última terça-feira (20), um dia depois de o céu de São Paulo escurecer e voltar a atenção da opinião pública aos incêndios na Amazônia, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, postou em sua conta do Twitter que as queimadas seriam causadas pelo “tempo seco, vento e calor”. Os dados apresentados por ele, no entanto, foram refutados pelo Ipam, que afirma que a umidade na região amazônica é a maior dos últimos três anos e que as queimadas estão sendo causadas pela alta dos índices de desmatamento.
O ministro alterou sua versão sobre a causa dos incêndios em entrevista à rádio Jovem Pan na quinta-feira (22). Ali, afirmou que as queimadas se deviam a um hábito da população da região Norte de atear fogo a objetos dos quais querem se livrar. Segundo ele, isso causaria incêndios de proporções inesperadas. “Ontem eu estive na Amazônia. Sobrevoamos a Chapada dos Guimarães, por exemplo, onde uma queimada de 3 mil hectares foi iniciada por um senhor que colocou fogo em folhas, em um lixo no fundo do seu terreno”.
O presidente Jair Bolsonaro também apresentou narrativas que beiram teorias da conspiração sobre as possíveis causas do problema. Em um primeiro momento, atribuiu o avanço do fogo ao corte de verbas imposto às ONGs da região pelo Fundo da Amazônia. Em discurso durante o Congresso do Aço na última quarta (21), Bolsonaro afirmou que a floresta poderia ser vítima de um ato de retaliação das organizações. “agora, está sendo quase o dobro [de queimadas] do registrado em anos anteriores. Por que isso? Aquele dinheiro que vinha da Noruega, da Alemanha, para o Fundo Amazônico, onde 40% ia diretamente para ONGs (...). Cortamos essa grana deles”.
A teoria voltou a ser defendida no dia seguinte, na quinta-feira (22), quando disse que os maiores suspeitos pelas queimadas eram as ONGs. Em entrevista a jornalistas, afirmou que “Pode estar havendo, pode, não estou afirmando, a ação desse ongueiros para chamar atenção para minha pessoa”.
Além de não apresentar nenhum tipo de material que comprove suas acusações, o presidente erra ao afirmar ter cortado os repasses de verba do Fundo da Amazônia às ONGs. Isso porque, para que isso ocorra, é necessário que seja editado um decreto que ainda está sendo elaborado.
Em um segundo momento, Bolsonaro citou uma teoria da conspiração que usa, ao menos desde 2015, como argumento para afirmar que outros países pretendem usurpar do Brasil a soberania sobre a Amazônia. “É só estudar um pouquinho a questão do triplo A na Amazônia que, no começo, eu fui ridicularizado, mas que continua sendo tratado na soma desses grandes encontros que tratam do clima”, disse, na quarta-feira (22).
A ideia do Triplo A, no entanto, foi criada por um ambientalista e defende a ideia de se estabelecer um grande corredor ecológico, que atravessaria oito países e passaria pela região amazônica. Por falta de adesão, no entanto, o plano nunca foi adiante.
Na noite de quinta (22), o presidente convocou uma reunião de emergência para decidir um plano emergencial para conter os incêndios. Em despacho assinado, determina que todos os ministros atuem no “"levantamento e o combate a focos de incêndio na região da Amazônia Legal". O objetivo, segundo o documento, é preservar a floresta, “patrimônio nacional”.
Em última declaração sobre o assunto, na manhã desta sexta (23), Bolsonaro afirmou que a “tendência” é que as Forças Armadassejam enviadas à Amazônia para tentar conter os avanços do fogo. O apoio pode ser autorizado por meio da GLO (Garantia da Lei e da Ordem), usada em situações de risco à população.
4. Desmatamento na Amazônia está em forte alta
As notícias sobre as queimadas vêm logo depois de um mês de dados negativos sobre o desmatamento na Amazônia (entenda como isso é medido aqui).
Nos últimos 12 meses (de agosto de 2018 a julho de 2019), o sistema Deter, do Inpe, detectou 6.245 km² de desmatamento na Amazônia, 48% a mais do que os 4.197 km² do período 2017/2018.
Analisando o mesmo período, o Sad, sistema da ONG Imazon, detectou um aumento de 15% no desmatamento – número menor, mas também significativo.
A divulgação dos dados foi fortemente criticada pelo presidente, que afirmou que os números deveriam ter sido primeiramente apresentados ao Ministério do Meio Ambiente. A crise culminou com a demissão do presidente do Inpe, Ricardo Galvão.
Embora o Deter não seja o método ideal para medir desmatamento, ele pode antecipar tendências. Um estudo de 2015 com dados de março a setembro apontou uma correlação de 83% entre os alertas do sistema e as informações apuradas pelo Prodes, sistema mais preciso usado pelo governo para consolidar dados anuais de destruição da floresta.
Durante coletiva de imprensa no começo do mês, o ministro Ricardo Salles admitiu que o desmatamento está em alta, mas afirmou que essa tendência vem desde 2012.
Embora isso seja verdade, os dados preliminares de desmatamento sugerem uma forte aceleração desse processo. De 2013 a 2018, o Prodes, sistema que consolida os dados anuais de desmatamento, registrou um aumento de 28% na taxa anual de destruição da Amazônia. Se os números preliminares do Deter forem confirmados e o desmatamento tiver aumentado 48% nos últimos 12 meses, será, em apenas um ano, um crescimento maior do que o dos últimos cinco.
5. O que pode acontecer agora
A principal consequência negativa no comércio exterior para o Brasil pode ser a rejeição do acordo comercial firmado entre o Mercosul e a União Europeia.
A conclusão das negociações foi anunciada no fim de junho, mas ainda precisa ser ratificada pelos parlamentos nacionais dos países europeus. Irlanda e França ameaçam votar e usam a política ambiental de Bolsonaro como justificativa.
termo do acordo prevê que Mercosul e União Europeia devem promover "a conservação e o manejo sustentável de florestas, mirando reduzir o desmatamento e a extração ilegal de madeira".
O texto também exige que os signatários implementem os compromissos assumidos no Acordo de Paris em 2015. No documento, o Brasil traçou como um de seus objetivos zerar o desmatamento ilegal e restaurar 12 milhões de hecateres de florestas até 2030.
Também pode haver consequências mais imediatas para as exportações brasileiras. O ministro da Economia da Finlândia, Mika Lintila, ainda sugeriu que a União Europeia considere parar de importar carne do Brasil, segundo a Reuters.
O acordo com do Mercosul com a União Europeia vem sendo negociado oficialmente desde 1999. Ele prevê zerar as tarifas de importação sobre mais de 90% dos produtos comercializados entre os dois blocos. A União Europeia é o segundo maior mercado de produtos brasileiros, atrás apenas da China. Em 2018, o Brasil exportou US$ 42,1 bilhões para o bloco europeu, segundo o Ministério da Economia.
6. Famosos estão compartilhando fotos antigas e de outros lugares em postagens sobre a Amazônia

Em meio à comoção internacional pelas queimadas na Amazônia, celebridades têm compartilhado fotos antigas ou mesmo de outros lugares ao se manifestar sobre o assunto no Facebook e no Instagram.
A modelo Gisele Bundchen, o ator Leonardo de Caprio, o presidente francês Emmanuel Macron, a cantora Madonna e o jogador de futebol Cristiano Ronaldo estão entre as personalidades que compartilharam fotos fora de contexto.
Uma imagens que mais circulou fora de contexto foi tirada pelo fotógrafo americano Loren McIntyre, morto em 2003, e está no banco de imagens Alamy. A fotografia foi publicada pelo presidente francês Emmanuel Macron no Facebook (20 mil compartilhamentos) e no Instagram (159 mil curtidas) acompanhada de um texto que chamava outros países do G7 para discutir a questão.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) reagiu à postagem criticando Macron e sugerindo que o francês estaria interessado em "ter um espaço na região amazônica" e que debater o problema sem os países amazônicos mostrava uma "mentalidade colonialista".
A mesma imagem foi compartilhada no Instagram de celebridades como o ator Leonardo Dicaprio (3,7 milhões de curtidas), da modelo Gisele Bundchen (460 mil curtidas), da atriz Cara Delavigne (1 milhão de curtidas), da cantora Ivete Sangalo (250 mil curtidas), entre outros.
O primeiro ministro canadense, Justin Trudeau, também compartilhou a foto em seu perfil no Twitter ao retuitar a postagem de Macron.
A cantora Madonna foi outra que compartilhou uma foto antiga no Facebook (5,7 mil compartilhamentos) e no Instagram (307 mil curtidas) é de 1989, segundo o sitedo banco de imagens RexFeatures. Os créditos indicam que a imagem pertence à agência de fotojornalismo Sipa, mas não identifica o fotógrafo que tirou a foto.
Já jogador de futebol Cristiano Ronaldo publicou uma foto de um incêndio de 2013 na Estação Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul. A fotografia foi tirada por Lauro Alves, da agência RBS, como explica reportagem do Gaúcha ZH.
No Facebook do jogador, a postagem foi compartilhada mais de 37 mil vezes e, no Instagram, atingiu mais de 9 milhões de curtidas.
Referências:
1- Inpe 12 e 3
2- Ipam
3- Folha
4- O Globo 1 e 2
5- G1 123 e 4
6- Jovem Pan
7- Twitter de Jair Bolsonaro
8- IEEE
9- Poder 360
10- Itamaraty 12 e 3
11- Reuters
12- Estadão
13- MDIC
14- Alamy
15- Instagram 1234 e 5
16- UOL
17- Twitter
18- RexFeatures
19- Sipa

terça-feira, 9 de abril de 2019

Notícias de negócios da semana em Belém e no Pará

Ver-o-Peso continua cedendo
Localizado em cima de uma camada de argila orgânica, material que nunca para de ceder, o Mercado de Ferro do Ver-o-Peso, já com as torres inclinadas, hoje deve estar cedendo cerca de dois centímetros por ano. Movimento mais acelerado em função do tráfego pesado de ônibus e caminhões ao redor, segundo o especialista Nagib Charone. A prova disso é que ano após ano a maré invade um pouco mais.

Crise no setor da carne no Pará
Enquanto o Brasil cresce 30% nas exportações de carne, o Pará, dono do quarto maior rebanho bovino nacional e única pecuária com compliance ambiental, experimenta um período de crise em razão da baixa lucratividade no setor. O abate certificado por inspeção federal no 1º trimestre de 2019, em comparação com 2018, registrou queda de 21,86%. São números das 16 indústrias processadoras de carne que estão em operação no Pará. Juntas, geram em torno de 10 mil empregos diretos. Nesse mesmo período, a exportação de carne industrializada no Pará caiu 26%. O setor está dando férias forçadas e dispensando colaboradores.

Pobre indústria do Pará
O Pará sempre figura entre os melhores índices de crescimento industrial, mas, infelizmente, só mesmo no extrativismo mineral. Agora, oGrupo Suzano de Celulose e Papel, maior produtor do segmento, após a aquisição da Facepa em 2017, iniciou o desmonte de mais uma empresa paraense. Demitiu 130 trabalhadores só de uma vez na semana passada, que se juntaram aos mais de 60 do ano passado, e já garantiu que até o final de abril serão mais 100. Para tanto, contratou um escritório de RH para realizar as homologações, como manda a Reforma Trabalhista, deixando o sindicato da categoria administrando a crise social junto aos trabalhadores.

Suzano segue a todo vapor
Análise do sindicato do setor: com duas unidades novinhas, o Grupo Suzano não absorveu as máquinas antigas da Facepa, onde a mais nova em atividade tem 28 anos e a mais antiga 50 anos. Não combinam com a nova tecnologia do grupo, nas plantas de Mucuri (BA) e Imperatriz (MA), ambas com capacidade de 60 mil toneladas/ano, fazendo frente as pouco mais de 40 mil toneladas/ano das três máquinas existentes na Facepa. O filão da Suzano não foram as máquinas e, sim, os produtos que a Facepa detinha, com grande aceitação nos mercados Norte/Nordeste.

Tecnologia no Lago de Tucuruí
A UFPA lançou o primeiro edital de seu Parque de Tecnologia do Lago Tucuruí, o Tecnolago. Empresas interessadas em receber apoio para projetos inovadores poderão submeter propostas até 1º de maio. O Parque oferece apoio científico e tecnológico para propostas empreendedoras e para o desenvolvimento de soluções em ambientes de produção, em quatro categorias: Pré-Incubação Acadêmica, Pré-Incubação Regional, Incubação Empresarial Residente e Incubação Empresarial Associada.
Abuso

A transportadora Passarão (produtos da Zona Franca de Manaus) interrompe na marra o tráfego na Arthur Bernardes, em até 20 minutos, para a saída do comboio de suas carretas. Semob, ausente!
Internacional
A fotógrafa paraense Isabella Dias participou de campanha internacional da Dove, e emplacou fotos suas nos famosos painéis publicitários da Time Square, em NY.
Maniçoba
A chef Ângela Sicilia, com o seu Ravióli de Maniçoba, participará nesta quinta, em Parma, na Itália, como uma das três finalistas do concurso da Unesco entre as Cidades Criativas em Gastronomia.
Hospital
A Quadra Engenharia inicia nesta quarta o retrofit do hospital da Unimed Belém, na Castelo. Obra para dois anos.
Sushi
O Sushi Ruy Barbosa parte para a renovação completa de sua carta de drinques e vinhos elaborada pelo mixologista paulista Marco de La Roche, que assina a carta desde a inauguração em 2009. Ele mesmo faz o treinamento da brigada do restaurante. E nesta quarta, lançará três novidades em noite de Menu Especial.
Nazaré
Os Barnabitas à frente da Basílica estão concluindo um grande complexo empresarial na avenida Nazaré, antiga Policlínica Infantil. São mais de 2.200 metros quadrados, 50 vagas de estacionamento e 32 salas comerciais que já estão sendo ofertadas ao mercado para locação
Phebo
A perfumaria Phebo (hoje Grupo Granado) encerrou suas atividades em Belém. A localização da planta industrial em pleno Reduto dificulta a chegada de insumos e aumenta exigências de licenças. O desligamento dos últimos empregados marca o fim de um saudoso capítulo na história de Belém.
Fitness
Cleide Borsoi confirmou para o período de 24 a 26 de outubro, no Princesa Louçã, a realização do 24º Fitness Saúde.
Círio
Alubar Metais é novo patrocinador oficial do Círio. E a Gama Lopes vai patrocinar a Feijoada do Papai, em agosto, também em benefício do Círio.
Argumento
Eis a pauta do Argumento de amanhã: Nara d’Oliveira (Prazer em Trabalhar). E o deputado estadual Victor Dias (PSDB). Às 22h, na RBA.

Saúde
A Hapvida comprou a Infoway, empresa de gestão de saúde.

Remédio
A loja que a Drogasil inaugurou, em frente à Praça Batista Campos, é a 27ª no Pará e a milésima no Brasil.

Soja
Cerca de 30% da produção de soja brasileira já saem pelos cinco portos do Arco Norte.

Bucal
Hoje, a partir das 9h, na Praça da República, haverá uma manifestação do Soepa (Sindicato dos Odontologistas do Pará) contra os abusos dos planos de saúde bucal. A manifestação terá o apoio do CRO-PA.

Luiza
Alta cúpula do Magazine Luiza esteve na quinta, em Belém. Visitou todos os shoppings da cidade. Coisa para este ano.

Planetário
O Planetário Sebastião Sodré da Gama, em Belém, recebeu o Selo de Qualidade de Conteúdo da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB). Segundo a Associação Brasileira de Planetários, o país conta com 41 planetários fixos, tendo apenas um na Amazônia, o de Belém.

Tartaruga
O Projeto Saruanã, uma parceria da UFPA, Prefeitura de Curuçá e comunidades de pescadores, acaba de soltar duas tartarugas marinhas em Abade. Nos últimos 10 meses, já totalizam 50.
Investimentos
Segundo especialistas, as operações de fusões e aquisição de empresas no Brasil podem crescer 20%, em 2019, caso seja aprovada a reforma da Previdência. Ela é vista como crucial para investidores nacionais e estrangeiros para criar um ambiente favorável aos negócios.

Alergia
Estamos na Semana da Alergia e a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia – Pará, à frente Bruno Paes Barreto, realizará um trabalho de conscientização na imprensa e mídias sociais.

Dente
Como parte do ciclo de palestras gratuitas visando levar conhecimento aos seus profissionais, o CRO-PA promoverá amanhã, às 19h em sua sede, palestra de Sólon Couto, sobre Coaching na Odontologia.

Havan
Nesta semana, o Departamento de Arquitetura da Havan dará entrada, nos canais competentes, dos projetos das lojas na BR-316 e Augusto Montenegro. O plano prevê inaugurá-las antes do próximo Círio.

Energia
Agora no dia 26, na programação da Fenabel, palestra de Leandro Toledano sobre Energia Limpa. Ele é o empreendedor responsável pelo projeto Homebiogas e por tecnologias de energia renovável aplicadas pela ONU no Brasil.

Companhia
O médico e empresário Eduardo Nassar, titular da Companhia Belém Academia, está na Fibo, em Cologne, na Alemanha, considerada a maior feira fitness do mundo.

Bosque
Novidades no mix do Bosque Grão –Pará: Sapatinho de Luxo; The Saint Mafia Club, grife que veste Neymar e Daniel Alves, sob o comando do empresário Glauber Alves. A Chilli Beans cresce e vira loja. E a Kalunga abrirá ainda neste mês.

Pátio
O Pátio Belém apresentará novidades no mix: o odontológico Spa Implante, a casa de câmbio Monopólio, a loja de calçados masculinos Democrata, Assador Steak& Pasta, loja de cosméticos Bel Salvador, Clínica Sim, além da Tech Bentes, com tecnologia e celulares.

Shopping
Daniel Vieira, superintendente do Bosque Grão-Pará, é o novo coordenador da Abrasce no Pará.

Prevenção
Durante a noite nas lojas do Grupo Líder, empresas especializadas cuidam de dedetização, desratização, imunização, higienização, pulverização e desinfecção. Outras fazem o tratamento e análise da água. E bombeiros civis realizam um trabalho preventivo contra incêndio.

Village
A construtora Village retornará ao mercado. Já tem terrenos no Umarizal e em Batista Campos.

Umarizal
Apesar de se falar muito em crise, pelo menos três construtoras devem lançar nos próximos meses, no Umarizal, dois residenciais e um comercial. Sinal que apesar do medo, a confiança está melhor do que antes.

Canto
Cinco alunos do Instituto Carlos Gomes estarão em São Paulo, amanhã, participando das eliminatórias do Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas. Eles foram acompanhados da diretora técnica Jena Vieira, que também é professora de canto lírico.

Mariscos
Começa hoje o almoço especial da Casa d’ Noca. Agora todos os domingos o cardápio terá pratos à base de peixes e mariscos.

Circular
Neste domingo, com sua 25ª edição, o Circular Campina Cidade Velha está de volta ao centro histórico da cidade, em mais de 40 ações culturais e espaços gastronômicos.

Reino Unido
Mário Guzzo Jr. é o representante no Pará do Programa Chevening/FCO de bolsas de estudos no Reino Unido. E com evento na UFPA, foi iniciada a etapa seletiva do programa.

EM ALTA
Ensino
O Grupo Ser Educacional (Unama e Uninassau) aumentou em 15,1% o número de novas matrículas de graduação, neste primeiro trimestre.
Gin
Lançamento mundial da marca, o gin Tanqueray Flor de Sevilla desembarcou no Veropinha.
Livro
Manoela D’Ávila lançará“Revolução Laura: reflexões sobre maternidade e resistência”, amanhã, às 17h, no Centur.

EM BAIXA
Patrimônio
A Sé precisa de cuidados das autoridades, em razão do trânsito intenso e pesado no seu entorno.
Imóvel
Existem cerca de 30 prédios com obras paralisadas em Belém. A crise persiste no setor.
Buracos
As próprias empresas de ônibus, que trafegam na Celso Malcher, estão bancando o conserto dos buracos.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Entenda por que a reforma da Previdência é importante

Este ano, o déficit previsto para o INSS, que paga aposentadorias e pensões do setor privado, com 35 milhões de beneficiários, é de R$ 218 bilhões.
Isso impede que o governo destine mais recursos a saúde, educação, segurança e outros serviços públicos.
Bolsonaro chega ao Congresso para entregar a proposta de Reforma da Previdência Foto: Reprodução
Bolsonaro chega ao Congresso para entregar a proposta de Reforma da Previdência Foto: Reprodução
Como muitas aposentadorias no Brasil são precoces, o país já tem hoje dois contribuintes para cada beneficiário do sistema de aposentadorias e pensões. Em média, o brasileiro se aposenta hoje, por tempo de contribuição , aos 56 anos (homens) e 53 anos (mulheres).
o Brasil está envelhecendo rapidamente . Hoje, 9% da população têm 65 anos ou mais. A previsão é que, em 2060, um quarto da população tenha mais de 65 anos.
Sem uma mudança nas regras da aposentadoria, o país não terá como cobrir os déficits crescentes da Previdência.

Saúde e educação

Sem reforma, gastos com Previdência chegarão a 79% do Orçamento em 2026
Jair Bolsonaro defende
Jair Bolsonaro defende "Lava-Jato da Educação" para garantir que investimentos sejam bem aplicados e gerem resultados Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

Hoje a Previdência já responde por 59% dos gastos da União. É bem mais do que os gastos previstos no Orçamento da União para saúde, que recebe 9%, ou educação, que tem 8%.
Segundo estimativas dos economistas Paulo Tafner e Pedro Fernando Nery, se não houver uma reforma, as despesas com Previdência responderão por 79% do Orçamento da União em 2026.
Ou seja, restará apenas 21% para gastar com pessoal, saúde, educação, segurança e outros serviços públicos.
QUANTO O GOVERNO
GASTA COM PREVIDÊNCIA
Percentual das despesas da
União no Orçamento de 2018
Valores em (%)
58
Previdência
13
Pessoal
9
Saúde
9
Educação
2
Bolsa Família
9
Outras
Sem reforma, quanto a
Previdência vai pesar no
Orçamento da União
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2025
2026
59
61
64
67
69
72
75
79
Fonte: Estimativas dos economistas
Paulo Tafner e Pedro Fernando Nery

E haverá um problema mais imediato. Para conter a alta da dívida pública, o governo aprovou, no fim de 2016, uma regra que impede que os gastos públicos subam acima da inflação por 20 anos. É a regra conhecida como teto de gastos.
Sem a reforma da Previdência, há um risco de paralisia na máquina pública, o chamado shutdown, pois os gastos com pessoal da ativa e com a Previdência vão consumir a maior parte do Orçamento.
— Para cumprir o teto sem reforma, será necessário consumir cada vez mais recursos de outras áreas — explica Ana Carla Abrão, economista e sócia da consultoria Oliver Wyman. — Com o orçamento já apertado, como realocar ainda mais os recursos para a Previdência?

Crescimento e emprego

Investimentos e contratações só devem ganhar fôlego com aprovação da reforma
Montadora em Resende, Sul do Estado do Rio Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo
Montadora em Resende, Sul do Estado do Rio Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo

A reforma da Previdência é indispensável para que as empresas voltem a investir e contratar no país, afirmam economistas. Isso porque o quadro das contas públicas no país é tão grave que levanta dúvidas, entre os investidores, se o Brasil terá condições de honrar, no futuro, o pagamento de suas dívidas.
Os economistas preveem que o país crescerá 2,5 % este ano e o desemprego terá leve queda, para 11,8%. Mas esta estimativa pressupõe que a reforma da Previdência será aprovada.
Quanto mais tempo demorar a aprovação da reforma, ou quanto mais mudanças ocorrerem no projeto original do governo, com possíveis alterações no Congresso que reduzam a economia na Previdência, menor é o crescimento econômico previsto para o país, na conta dos analistas.
CRESCIMENTO DA
ECONOMIA BRASILEIRA
Variação em percentual
3
2,5**
1,1
1,1*
0,5
-3,5
-3,3
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
Fonte: Itaú Unibanco com dados
do IBGE; Boletim Focus

Depois de dois anos de recessão em 2015 e 2016, o Brasil cresceu cerca de 1% em 2017 e no ano passado. A expectativa é que uma retomada mais consistente do crescimento só ocorra após a aprovação das mudanças na aposentadoria.
— De forma estrutural, a reforma é a condição necessária para que o país retome o crescimento saudável — pontua Ana Carla. — Ela abre campo para a vinda de investimentos estrangeiros e o estado terá melhores condições para realocar os recursos do orçamento.

Juros e inflação

Crise fiscal ameaça estabilidade dos preços
Taxa básica de juros da economia brasileira está em 6,5% ao ano, mínima histórica Foto: Pixabay
Taxa básica de juros da economia brasileira está em 6,5% ao ano, mínima histórica Foto: Pixabay
A inflação e os juros estão em patamares historicamente baixos no país. Os preços sob controle dão uma folga no orçamento das famílias e permitem que o Banco Central manteha a taxa de juros nos atuais 6,5% ao ano, o menor nível já registrado no país.
Porém, se a reforma não for aprovada, demorar para ir adiante ou for muito desidratada no Congresso, a trajetória de juros pode mudar. Isso porque os investidores podem ficar arredios em apostar no país e, com uma reversão nas expectativas do mercado financeiro, o dólar tende a subir, encarecendo produtos importados e pressionando a inflação.
O próprio Banco Central alertou , na ata de sua última reunião sobre taxa de juros, que a aprovação das reformas é indispensável para a manutenção da estabilidade de preços no país.
— Sem a reforma, teremos uma dúvida cada vez maior sobre a solvência do país, ou seja, nossa capacidade de pagar a dívida pública— pontua Ana Carla.

Bolsa de Valores e dólar

Agências de risco podem rebaixar nota do Brasil se reforma não for aprovada
Crianças e adolescentes não poderão ser administradores, mas
Crianças e adolescentes não poderão ser administradores, mas "para fins legais" o capital da empresa é deles Foto: Cris Faga / Fox Press Photo / Agência O Globo

A demora na aprovação da reforma da Previdência deixaria o país próximo de um rebaixamento por agências de classificação de risco, o que poderia levar a uma alta do dólar e a perdas na Bolsa de Valores.
A principal preocupação das agências de rating, quando avaliam um país, é saber se o governo terá capacidade de honrar o pagamento de sua dívida. Hoje, o endividamento bruto do governo já supera os 75% do PIB e a previsão é que chegue a 80% do PIB até 2020.
— A reforma é vendida como a principal, senão a única, maneira que o Brasil tem de reorganizar suas contas. Caso ela continue sendo adiada, ou até mesmo não seja aprovada, as agências de risco tendem a rebaixar a nota do país — explica o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas.
A perspectiva da nota soberana do Brasil é considerada negativa pelas três principais agências, que já classificam seu rating em nível especulativo — “BB”, para S&P e Fitch, e Ba2 para Moody's.

Crise nos estados

Governos estaduais têm déficit de quase R$ 2 trilhões na Previdência
Notas de real Foto: Pixabay
Notas de real Foto: Pixabay

O déficit da Previdência é um problema que pesa mais sobre o caixa dos estados do que o da União. Segundo estimativas do economista Raul Velloso, o déficit atuarial (que considera a projeção de gastos com a Previdência pelos próximos 70 anos) do sistema previdenciário das 27 unidades da federação era de R$ 1,9 trilhão em 2017
É um rombo maior que o da União, estimado em R$ 1,78 trilhão para o mesmo período.
Um dos principais motivos para este déficit nos estados é o fato de haver uma concentração maior de categorias com regime especial de aposentadoria na folha de pagamento dos governos estaduais, como professores e policiais.
Por isso, muitos especialistas, como Velloso, defendem que uma adesão imediata dos estados às novas regras da aposentadoria, que devem ser aprovadas na reforma da Previdência