quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Será que pega?


A justiça do Pará determinou que cinco companhias aéreas: TAM, Gol, Cruiser, TAF e Total não poderão cobrar mais de 10% do valor da passagem quando o consumidor pedir para remarcar ou cancelar o bilhete e caso o pedido ocorra 15 dias antes da viagem, a taxa máxima será de 5%.

A decisão é válida para todo o país, e quem desrespeitar a decisão fica sujeito a multa de R$ 500 por passageiro. A fiscalização ficará a cargo da Anac.

Será que as empresas vão obedecer a determinação?

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Plebiscito no Pará: Eleitores mudam títulos para participar da consulta

O plebiscito que definirá se a população paraense quer ou não dividir o estado em três partes já mexe com os eleitores de norte a sul e de leste a oeste do Pará. A movimentação de lideranças favoráveis e contrárias à criação de Carajás e Tapajós já foi notada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), que entrou em ação para coibir as duas principais irregularidades verificadas: a mudança de domicílio de eleitores que moram em estados vizinhos, na divisa com cidades paraenses; e a distribuição de material de campanha antes do início do período oficial de propaganda.


A distribuição de adesivos e panfletos é vetada pela Justiça Eleitoral até 13 de setembro. Somente a partir dessa data, a campanha poderá ser iniciada, conforme prevê o calendário do plebiscito aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Expedimos ofício solicitando que os promotores locais façam o levantamento dessa questão para, então, aplicarmos multas e coibirmos essa prática”, afirma o procurador eleitoral do Pará, Daniel Azeredo.

Segundo ele, o MPE já constatou um movimento atípico de eleitores que trocaram o domicílio de cidades do Amazonas, de Mato Grosso e de Tocantins para localidades paraenses na divisa com esses três estados. “Poderemos eventualmente cancelar algumas transferências, caso constatado que houve irregularidade”, avisa o procurador.

Deficit

Em meio à disputa que se espalha pelas maiores cidades do Pará, um estudo do economista Rogério Boueri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que os novos estados, se aprovados, não terão potencial financeiro para se sustentar. Com base no Produto Interno Bruto (PIB) do Pará de 2008, que foi de R$ 58,5 bilhões, o pesquisador calculou que Carajás e Tapajós deverão ser deficitários em quase R$ 2 bilhões por ano. “Esse custo será inevitavelmente pago pelo governo federal, como foi em Tocantins, onde a União bancou parte dos custos por 10 anos”, comenta Boueri.

De acordo com os cálculos do economista, mais da metade do PIB de Tapajós seria gasto com a manutenção da máquina estadual. No caso de Carajás, 23% do PIB ficaria comprometido. A média nacional de gastos com a administração pública é de 12,7%. No Pará, atualmente, o percentual chega a 16%. O cálculo mostra que o deficit de Tapajós seria de R$ 864 milhões, enquanto o de Tapajós ficaria em R$ 1,009 bilhão. Somados, os gastos que os estados não teriam condições de arcar anualmente chegariam a exatos R$ 1,873 bilhão. Além disso, a estimativa é de que a criação do estado custe R$ 3 bilhões aos cofres da União.

A implantação de um estado representa de imediato investimento na assembleia legislativa, no tribunal de Justiça e no tribunal de contas. Os gastos começam com a manutenção das sedes e passam pelos salários de parlamentares, juízes, conselheiros, servidores e assessores. “Esse dinheiro não vai para a população, mas fica na mão daqueles que já detêm o controle da máquina”, destaca Boueri. “Sob o ponto de vista econômico, os dois estados nascentes seriam bastante díspares”, acrescenta.

O deputado federal Giovanni Queiroz (PDT-PA) discorda da avaliação de que os novos estados não conseguirão se sustentar. Favorável à criação de Carajás, ele afirma que o potencial econômico da região garantirá recursos para o desenvolvimento próprio do estado. “Estados como Mato Grosso do Sul e Tocantins se desenvolveram depois da separação de Mato Grosso e de Goiás, e tiveram crescimento no PIB. Há 20 anos, Tocantins era um corredor da miséria de Goiás”, diz.

STF analisa novas regras

As regras para o plebiscito do Pará, marcado para 11 de dezembro, foram definidas na última quinta-feira pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte já havia determinado que a consulta pública atingirá todos os eleitores do estado, e não somente da população que reside nas áreas que podem ser desmembradas, como defendem os grupos separatistas. Quatro frentes serão constituídas para a disputa que promete ser bastante acirrada — uma favorável à criação de Carajás, outra pró-Tapajós e mais duas contrárias à criação de cada um dos estados. As frentes poderão gastar no máximo R$ 10 milhões cada.

Embora as normas do plebiscito estejam definidas, as lideranças que defendem a criação dos estados apostam em um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), marcado para esta quarta-feira, que poderá mudar a interpretação sobre a abrangência do eleitorado que terá de ir às urnas na consulta.

O ministro José Antonio Dias Toffoli é o relator da ação, na qual a Assembleia Legislativa de Goiás pede que a Lei Federal n° 9.709/98 seja declarada inconstitucional. A norma prevê a participação de toda a população estadual nos plebiscitos sobre o desmembramento de determinado território. A Constituição define que deve participar da consulta a “população diretamente interessada”, o que a lei interpreta como os moradores do território que se pretende desmembrar e aqueles que residem na área que sofrerá desmembramento.

Caso a tese defendida pela Assembleia, de que somente os eleitores da área desmembrada devem participar da consulta, vingue, o TSE terá de alterar as regras do plebiscito do Pará. Independentemente de qualquer decisão do Supremo, mesmo que os paraenses aprovem a divisão do estado, a decisão final sobre a criação de Carajás e Tapajós ficará a cargo do Congresso Nacional.


Gastronomia Belenense aos olhos do jornalista Marcelo Katsuki.

Momento do vinho em Belém

Quando eu estava perambulando por Belém, um amigo do Recife, preocupado com a minha 'solitude', arrumou um amigo de um amigo para me ciceronear pela cidade: "Liga!" Embora a idéia fosse ficar vagando a esmo, acabei cedendo; e foi assim que conheci o meu host, o Edu. Depois de um tour por vários pontos da cidade, pedi para ele me levar a um lugar bacana para tomarmos um vinho. Ou dois. Ou mais, quem sabe?

Paramos na Grand Cru (Av. Comandante Brás de Aguiar, 50, Belém), uma loja novinha, bem montada, com um wine bar cheio de sugestões apetitosas e, ironia, a duas quadras do meu hotel! Compramos duas garrafas de espumante e pedimos para resfriá-las. Enquanto esperávamos nas mesinhas junto à vitrine, Rodrigo Aguilera, o dono, chegou e ofereceu uma degustação de alguns tintos. Veio o queijo.

Daí foi um desfile de comidinhas gostosas e com preços amigos (cliquepara ver o cardápio com os preços). Rodrigo contou que o menu havia sido elaborado pela chef Renata Braune, do Chef Rouge de São Paulo. Me senti em casa, ar geladíssimo, mas com Belém pela vitrine. E na mesa:

Mini rosbife de filé com foie gras e redução de vinho tinto (R$ 26). O tipo de canapé que vai muito bem com os tintos que estávamos degustando.

Assim como as Mini linguiças com molho de vinho doce-picante (R$ 20), "importadas" de São Paulo.

E o que falar desse Trio de Pinchos: Rosbife com shitake e alho, linguiça com aeitona preta e alho assado e queijo Saint Paulin com rúcula e presunto cru (R$ 26). Eu comeria todos os dias. Caiu super bem com os espumantes, já marejando nossos olhos de perlage.

Adorei também as Batatas bravas com salames artesanais (R$ 20), três tipos. Brincando de comer.

O Penne com lascas de pato petit sale e champignons ao vinho (R$ 29) veio apenas para degustação, nem havíamos pedido. Eu só ia provar. Mas como resistir?

Anoiteceu. É tão boa a sensação de comer com prazer. E de beber. Compramos mais duas garrafas de espumante para refrescar o resto da noite belenense e saímos para a farra. Foi ótimo. Ainda lembro.

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Escrito por Marcelo Katsuki às 20h05

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A primeira pupunha a gente não esquece

Foi n'A Toca, um misto de restaurante e bar da galeria Bangalow (na Braz de Aguiar - Belém) que provei minha primeira pupunha. Foi uma passada rápida, a caminho da enoteca, mas foi gostoso relaxar um pouco naquele ambiente aconchegante. E fresquinho.

Diferente: a pupunha em Belém lembra castanha portuguesa. Logo pensei em fazer um marrom glacê, hehe.

A Toca vive lotada à noite, tem shows, e agora abre para o almoço com a supervisão da sra. Teresa Russel. Provei alguns pastéis também, fritos na hora.

E provei o açaí com farinha de tapioca, servida também como sobremesa.

Dona Teresa e os pastéis d'A Toca. Gostei, viu?

Escrito por Marcelo Katsuki às 20h21

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A Portinha é o segredo mais mal guardado de Belém. Só se fala nela, hehe! E tem peculiaridades que fazem jus à fama: é minúscula, só abre no final da tarde e apenas de sexta a domingo. Eita emprego bom esse, meu!

Bolo gigante de chocolate com recheio de cupuaçu.

Mas apesar do espaço diminuto, o menu é até extenso: comidas típicas como maniçoba, vatapá, arroz com jambu e bolos gigantescos de chocolate com cupuaçu, docinhos e os salgadinhos, que fazem a fama do lugar.

O povo faz fila para comprar. E vai pra rua comer, já que lá dentro só tem uma mesa com três lugares; é comprar e rua. Tem também sucos de cupuaçu, biribá, taperebá, além de guaranás locais. Naquele calor, nada como um suco geladinho!

Dentre os salgados, provei um Embrulhadinho de pirarucu com jambu e queijo cuia, parece que é muita coisa mas não é: tudo bem resolvido, gostoso mesmo Comi também uma esfiha de camarão com jambu e uma Empada de creme de jambu e queijo cuia.

Mas o meu favorito foi o Pão da Portinha, com recheido de peito de peru, jambu e palmito. Eita salgadinho pai d'égua, rapaz! Pedi outro mas o Manoel riu e disse: "Acabou"! E olha que a Portinha estava aberta há menos de duas horas!

Me contentei com um Bombom de brigadeiro recheado com cupuaçu enquanto o ambiente era tomado pela maniçoba fresquinha que acabava de ficar pronta. Mas saí de lá mesmo sonhando com o pãozinho. Da Portinha.

Portinha
De sexta a domingo, das 17h as 22h
Rua Dr. Malcher 434 - Cidade Velha
Tel.: 0/xx/91/3223-0922

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Escrito por Marcelo Katsuki às 18h40

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Receita de moqueca do Remanso do Peixe

Agora que você já conheceu algumas delícias do Remanso do Peixe e os endereços para comprar os melhores produtos, que tal ir para a cozinha e preparar uma deliciosa moqueca paraense, nessa versão do chef Thiago Castanho?

Moqueca Paraense do Remanso do Peixe

- 600g de filés de Filhote
- 2 cebolas
- 1 tomate
- 2 pimentões amarelos, 2 verdes e 2 vermelhos
- 2 pimentas de cheiro
- 1 litro de tucupi
- 1 maço de jambú
- 1/3 de maço de cheiro verde (coentro e cebolinha juntos)
- 1/3 de maço de salsinha
- Farinha de mandioca fina até dar o ponto do pirão
- 100 g de camarão
- 100 g de patas de caranguejo
- 1/2 colher de chá de açafrão da terra
- 60 ml de azeite extravirgem
- 3 dentes de alho picado
- 60 ml de vinho Branco
- Sal a gosto
- 100 g de batata inglesa picada

Modo de Preparo
Em uma panela grande para moqueca (de barro), refogue o alho, metade da cebola, do tomate e dos pimentões no azeite.

Em seguida adicione o peixe em pedaços, o tucupi, o vinho, as pimentas inteiras, o açafrão, sal e as batatas.

Quando levantar fervura jogue um pouco de farinha, junte o jambú e deixe cozinhar; quando o peixe estiver cozido decore com os camarões e as patas de caranguejo, o restante dos tomates, da cebola e dos pimentões e deixe mais cinco minutos.

Sirva imediatamente com arroz.

Foto: Tadeu Brunelli

Escrito por Marcelo Katsuki às 17h57

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17/03/2010

Os melhores endereços gourmet de Belém

É coisa séria, gente. Passei uma semana arrastando a sacola (e o isopor) por Belém. Falei com cozinheiros, donos de bares e restôs, 'tacacazeiras', peixeiros, motoristas e amigos para chegar até essa listinha, que só estou postando porque fui nos lugares para comprovar. E comprar. Claro que se algum amigo paraense quiser melhorar a lista, fique à vontade. E muito obrigado, desde já!

Tucupi
Dona Eliete é a eleita de 10 entre 10 pesquisados sobre o melhor tucupi. Seu quiosque fica na Feira da 25. Garrafa com 2 litros por R$ 5. Também na versão concentrada por R$ 10. Ela ainda tem Maniçoba congelada em embalagem descartável, para viagem. E ótimas pimentas em garrafa.

Peixes
Frescos, limpos e embalados, só o filé prontinho e no gelo: Banca 9 com oCavalo, no Ver-o-Peso. Quilo do filhote por R$ 15 e da pescada amarela por R$ 17. Ele fornece assim para os restaurantes da cidade, exija também, hehe. Diariamente, até o meio-dia. O cara tá sempre de preto, naquele calorzão!

Polpas de frutas
Açaí, taperebá, araçá, bacuri. Polpas congeladas com preços que variam de R$ 5 a R$ 10 o pacote (acho que com meio quilo). E o açaí fresquinho pode ser visto sendo processado no fundo do quiosque. Tudo limpíssimo, funcionários usando máscaras. Além da simpatia da dona Walkiria da Barraca do Açaí, que atende você lá na Feira da 25.

Jambu
Se for branqueado e congelado, R$ 15 custa esse pacote na mão da dona Eliete, nossa primeira dama do tucupi (Feira da 25). Super prático para levar para viagem. E não perde a 'eletricidade' do jambu, pois ele não foi cozido. Se preferir o jambu fresco, escolha o maço mais viçoso que encontrar lá na Feira da 25 ou no Ver-o-peso, em média por R$ 5.

Farinha
Barraca do Ruy
, na Feira da 25. Produtos sempre frescos e alguns achados, como a farinha d'água grossa (R$ 2 o quilo), minha favorita desde que me descobri paraense e ideal para uma farofinha bem crocante, com manteiga, hmmm. Essa, só pedindo, não fica à mostra. Além da simpatia do Ruy, que deixa você provar as farinhas antes de comprar.

Camarão seco
Barraca do Lico
, também na Feira da 25, no box 13. É a barraca mais discreta, sem nenhum produto no balcão. Mas com camarões salgados de qualidade, novinhos, protegidos em geladeira. Paguei R$ 24 o quilo. Não ficam à mostra como nas outras barracas, ou seja, estão totalmente protegidos das moscas. Tem que pedir para o Lico para ver. Uma figura.

Sorvete
Se a idéia for levar os famosos sorvetes de açaí e tapioca, a Cairu é a mais tradicional com uns 40 sabores. A concorrente, Ice Bode, tem praticamente os mesmos, o que varia mesmo é a quantidade de açúcar. Lá, o de açaí é menos doce, mas a textura da versão da Cairu é mais gostosa. Já o de tapioca é menos doce na Cairu. Ambas têm caixinhas de isopor para viagem, com várias lojas espalhadas pela cidade. Prove os dois, depois você decide.

Meu freezer tá a mais viva lembrança do Pará! Mercado Ver-o-Peso. Ai, que saudade...

Escrito por Marcelo Katsuki às 17h03

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Remanso do Peixe - Belém

Tenho comido coisas bem gostosas por Belém, mas se eu tivesse que escolher um prato que representasse essa viagem, certamente seria esse acima: Pirarucu defumado com nhoque de banana-da-terra, farofinha d'água e chips de banana.

Sabe aqueles pratos que te emocionam de tão perfeitos no sabor, no cozimento, na apresentação? Pois é, esse estava impecável: o peixe com o perfume do 'fumeiro' rústico abrindo-se em lascas, a consistência delicada do nhoque, a crocância da farofinha, mais o sabor do molho com os temperos típicos do Pará. Pra ser lembrado.

O prato é uma criação do chef Thiago Castanho do Remanso do Peixe, restaurante que começou despretensiosamente na casa do seu Francisco com dona Carmem, sua mãe, preparando pratos com peixes e frutos do mar. Olha que família bonita. O chef tem mais um irmão, no momento aprendendo o ofício em São Paulo.

Quando cheguei ao restaurante, um pouco afastado do centro de Belém, fiquei surpreso com as instalações. Apesar de localizado nos fundos de uma vila residencial, a estrutura é de primeira com ambientes climatizados, assim como o serviço, executado por uma brigada toda engravatada. Comecei com um Caldinho de tucupi com jambu (R$ 6), mais ralinho e leve que um Tacacá, enquanto lia o cardápio.

Pedi alguns Bolinhos crocantes de Piracuí (R$ 15 / 10 unid.), uma farinha de peixe seco que deixa os pratos com sabor de bacalhau. Mas me surpreendi mesmo foi com os Bolinhos de tapioca com queijo do Marajó, que vieram para ser provados, ainda em testes. Pois foram aprovadíssimos, com sua textura semelhante a de uma ricota seca, turbinados com um pouco de parmesão e úmidos por dentro.

Você sabe a diferença da caldeirada e da moqueca? A segunda vem com o caldo mais encorpado pelo uso de farinha, o que no caso do tucupi é uma grande vantagem. Pedi uma Moqueca à paraense (R$ 45), que além do jambu, tem ainda pimentões, chicória e alho no seu preparo. Com a pimenta-de-cheiro do Pará, não há coisa melhor!

Os três pratos seguintes são novas criações do Thiago, que me pediu para provar. Como detesto desperdício, comi tudo. E nem fiquei pesado.

O primeiro foi uma Costela de Tambaqui com pururuca, risoto de jambu com castanhas e alho assado. Já comi muito tambaqui, mas nunca um tão saboroso: cada parte da longa costela tem um sabor que vai da base gordurosa até a ponta mais magra, com gosto de carne. Da pele pururucada nem vou falar nada. Espetáculo.

O prato seguinte era uma Pescada amarela com farofinha de azeitonas secas, batatas ao murro e banana-da-terra assada regadas com azeite. E mais alho assado, coisa que adoro. Como a pescada é dessalgada, lembra um pouco o bacalhau, mas com um sabor um pouco mais pronunciado. Cebolas e tomates assados completavam o passeio.

A Rosa, é o nome da sobremesa feita com finas lascas desidratadas que lembram pétalas, castanhas, jambu cristalizado, telhas de tapioca e sorbet sobre cupuaçu in natura cobrindo o creme de chocolate e uma 'surpresa oriental', para dar um toque no sabor. Muita coisa? Muito sabor, isso sim! E um leve perfume no ar de Cumaru, especiaria amazônica que lembra baunilha.

Fiquei conversando com os simpáticos garçons enquanto aguardava o táxi para voltar ao centro. Apesar da aparente extravagância, saí disposto e fui passear pela cidade, tomar um sorvete, descansar debaixo de uma das muitas mangueiras da praça; aproveitando o meu remanso.

Remanso do Peixe
Travessa Barão do Triunfo, 2590 - última casa da vila à direita
Marco - Belém / PA
Tel.: 0/xx/91/3228-2477

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Escrito por Marcelo Katsuki às 02h36

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Lá em Casa - Belém

Quando se fala em gastronomia em Belém, o primeiro nome que vem à cabeça é o do chef Paulo Martins, verdadeiro embaixador da gastronomia paraense. Em seu restaurante, o Lá em Casa, o chef (no momento afastado do restaurante por problemas de saúde) realiza um trabalho de resgate da gastronomia regional com pratos bem executados respeitando os ingredientes e receitas de origem indígena.

Depois de duas mudanças de endereço, o restaurante ocupa agora um confortável ambiente no Espaço das Docas, trabalhando com sistema à la carte no jantar e bufê no almoço (R$ 35) que pode ser uma ótima opção para conhecer uma grande variedade de pratos regionais sem gastar muito.

Biju Marajoara, simples mas delicioso: crocante e com manteiga derretida.

Bufê de saladas

Arroz de pirarucu do bufê

Filhote grelhado: meu peixe de rio favorito, com vatapa paraense, que não leva amendoim nem castanha, mas alfavaca, chicória e um pouco de azeite de dendê para dar a cor amarelada.

Maniçoba, um prato de origem indígena preparado com folhas da maniva moídas e cozidas, por aproximadamente uma semana. Depois são acrescentadas carnes como charque, toucinho, lingüiça e paio, praticamente os mesmos utilizados em uma feijoada.

Frango no tucupi: uma opção ao tradicional pato. Depois de assada, a carne é levemente cozida no tucupi com seu característico sabor azedinho e servido com jambu e farinha de mandioca.

De sobremesa, Creme de bacuri, fruta típica do Pará com polpa cremosa, perfeita para doces.

E um Bolo bem caseiro, de leite, com cobertura de chocolate, perfeito para arrematar com um cafezinho. Perfeito para se sentir em casa.

Lá em Casa
Boulevard Castilho França, galpão 2 - Estação das Docas
Belém - PA
Tel.: 0/xx/91/3212-5588

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Escrito por Marcelo Katsuki às 01h59

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Comendo e bebendo em Belém

Em Belém desde terça. Logo na chegada, a primeira parada: Estação das Docas, um complexo gastronômico e cultural muito bacana, resultado de um projeto de restauração dos armazéns das docas. Todo em estrutura metálica com fechamento em vidro, permite passear pelos galpões protegido pelo forte ar climatizado ou pela orla, tomando a brisa com a agradável vista para o rio Guamá.

Primeiro gole: caipirosca de cupuaçu com Absolut, na Amazon Beer (R$ 10,90). E não é que combina?

Primeiro prato: o tradicional Tacacá do Lá Em Casa (R$ 9), prato originário dos índios que leva tucupi, goma de tapioca, camarão seco e as elétricas folhas de jambu.