segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Imagens do diplomata brasileiro, nomeado chefe da missão da ONU no Iraque, Sérgio Vieira de Mello, morto em 2003 após atentado terrorista.

Ontem, domingo, enquanto as eleições 2010 mais uma vez tomava corpo, em uma agrádavel manhã, eu já assimilava a postura de um eleitor desinteressado com a sensação de já saber o resultado. Ana Julia não fez nada seu governo inteiro e nos 47 do segundo tempo quis mostrar que governava esse Estado, conseguiu uma adesão da vale pro sul do pará e alugou dezenas de viaturas policiais a 4 meses de encerrar seu mandato, gastou 40 milhões de reais na sua campanha, trouxe o Lula, a dilma, quase veio o Papa e por pouco o Cap. Nascimento, entretanto a população mostrou que não é tão burra quanto ela pensava, afinal tem governo que insisti em achar que a gente não pensa. Já na efetividade presidencial nada surpreendeu também, Dilma assumiu-se como a maior responsável ao legado do atual governo e obteve êxito nas urnas, Serra que não seria um mau negócio não fragiliza, pelo contrário, acumula mais força para os próximos 4 anos que vem aí.

Paralelo a isso, nessa minha oscilação de pensamentos políticos, no que tange "poderosos" que somam exemplo de trabalho, objetividade, diplomacia e perseverança, sentindo uma vontade louca de esquecer um pouco dessa prosopopéia, é quando sou pego de surpresa, ao dedilhar alguns canais.
..vai iniciando um "filme" chamado "Sérgio".
Tratava-se de um excepcional documentário sobre a vida e obra de Sérgio Vieira de Mello, o diplomata brasileiro que era comissário de Direitos Humanos da ONU.






"Formado em Filosofia pela Universidade de Sorbonne, na França, Vieira de Mello começou a trabalhar na agência da ONU para os refugiados (Acnur) aos 21 anos. Tornou-se diplomata de carreira, conciliando uma trajetória meteórica nas Nações Unidas com o título de doutorado mais difícil do ensino francês, o Doctorat d'État ès Lettres et Sciences Humaines na Sorbonne.Envolvido com causas sociais e questões internacionais desde jovem, participou dos protestos estudantis de Maio de 1968, que lhe renderam uma cicatriz no supercílio esquerdo da qual se orgulhava. "Sergio costumava brincar dizendo que entrou para a ONU porque apenas eles o aceitariam como filho de 1968, mas ele via a organização como uma alternativa às ações dos Estados para atuar no mundo", contou Power.Durante 34 anos de carreira na ONU, esteve presente nos principais conflitos mundiais das últimas décadas. Esteve em Bangladesh, no Líbano, na Bósnia, em Ruanda, Kosovo, Timor Leste e Iraque. "Ninguém esteve em todos este lugares violentos durante tantas guerras, a experiência de Sergio era única", afirmou Power.
Em ação
"Sergio tinha um passaporte da ONU e chegou a ocupar cargos burocráticos nos escritórios de Genebra, França e Nova York. Mas não tinha uma alma burocrata, nem agia como um. O que fez Sergio tão incomum como diplomata é que ele sempre quis estar no terreno, onde a ação e as pessoas estavam. É como se ele sempre tivesse um pouco de areia em seu terno Armani", afirma Power.
No "terreno", Vieira de Mello ganhou fama de negociador pragmático e de líder generoso. Ficou conhecido como mistura de James Bond com Bobby Kennedy e era chamado por Kofi Annan como "nosso go-to guy", ou seja, a pessoa certa para resolver qualquer problema.Quando conheceu Vieira de Mello, Power cobria a guerra em Kosovo como jornalista. Ontem, ela contou que o brasileiro adorava seu trabalho e que ele "carregava resoluções da ONU em um papel surrado no bolso". "Os colegas diziam que ele tinha sangue azul da ONU. Mas era alguém que dobrava as regras quando necessário. Poucos souberam que ele contrabandeou pessoas no banco de trás de seu carro, na Guerra da Bósnia."Mello também rompeu paradigmas ao defender o diálogo com todos os lados envolvidos nos conflitos. Foi o primeiro dirigente da ONU a conversar pessoalmente com líderes da guerrilha socialista do Khmer Vermelho, que governou o Camboja de 1975 a 1979 e comandou o massacre de 1,7 milhão de pessoas.
Iraque
Power conta que Mello "dizia que não se pode ajudar as pessoas de longe". "Ele fez questão de que os escritórios da ONU em Bagdá fossem abertos aos civis iraquianos [ao contrário da zona verde iraquiana onde as instalações dos EUA guardadas por cercas de arame farpado e soldados], para que eles soubessem que a ONU estava ali para ajudá-los."
Prédio da ONU em Bagdá destruído após a explosão que matou o diplomata brasileiroDe acordo com Power, foi essa a decisão que deixou o diplomata vulnerável às milícias da Al Qaeda.
"Na época, Sergio não recebeu dos EUA as informações adequadas sobre a extensão das ações dos grupos terroristas no país e, por isso, não pôde calcular o perigo da situação", completou a argentina Carolina Larriera, companheira de Mello na época do atentado.Larriera foi uma das últimas pessoas a falar com Mello vivo, logo depois da explosão de um carro-bomba no escritório da ONU em Bagdá. Mesmo soterrado pelos escombros, ele disse que estava bem e pediu a ela que fosse buscar ajuda. Larriera foi impedida de retornar ao local, e Mello acabou morrendo na espera.
"Pensávamos que aquela estadia no Iraque seria apenas um desvio em nosso caminho. Já são cinco anos, mas para mim ainda parece que foi ontem", afirmou.

Na produção, também é retratada a operação de resgate após a explosão de uma bomba na sede da ONU em Bagdá, onde o diplomata morreu em 2003.O documentário tem cerca de 90 minutos, e infelizmente expôs apenas 3 exibições, no canal HBO, e ontem alentei a sorte de assistir sua última passagem.
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