
Mais um temporal se arma em Belém. Frutas maduras caem aos montes das mangueiras que sombreiam o centro da cidade. Uma moradora comenta comigo: "pois é, aqui, só morre de fome quem quer. Se não tiver o que comer, pega manga do pé". Os belenenses são assim, conscientes e orgulhos das riquezas naturais de sua terra, acostumados com a abundância de recursos vindos de todas as partes da floresta.
O extrativismo está no centro da economia amazônica, e Belém sempre foi destino obrigatório na rota das especiarias retiradas da floresta. A cidade cresceu em torno do mercado central, uma grande feira livre criada onde existia uma aldeia Tupinambá.
Em 1688, diante do aumento do fluxo de mercadorias, os portugueses criaram um posto de controle para pesar e taxar tudo que passava por ali. Desde então, o mercado ganhou o nome de Ver-o-Peso. Se você quer conhecer Belémem sua essência, comece por uma boa visita ao mercado. Ali você vai entender melhor essa conversa de fartura. Vai conhecer peixes de águas doce e salgada e provar frutas exóticas, como copaíba, bacuri, cupuaçu, açaí, teperebá e pupunha? Além disso, vai ver uma porção de outras coisas: frutos do mar, legumes, carnes, vários tipos de farinha, comidas típicas, bugigangas. Até quem tem imaginação fértil se surpreende com coisas que não esperava ver.
Um setor tradicional e curiosíssimo do Ver-o-Peso é o das ervas, garrafadas e mandingas. É onde você encontra a cura para tudo: pedra nos rins, indigestão, calvície, insônia, cólica, inflamação, dor de cabeça e até impotência.
4 comentários:
por isso que belém nao vai pra frente.
tem manga que só, ngm passa fome huahuauahuahuhua
foi o que ela viu né, e de certa forma n deixa de ser verdade.
Essa garota alemã descreve Belém com beleza poética. Quem dera, uma grande parte dos cidadãos de Belém, tivessem a mesma visão da riqueza cultural e aprendesse apreservar as tradições e o patrimônio histórico desta cidade. Ela, falando bem, já aparecem uns engraçadinhos dizendo bobagens... Imaginem se ela falasse mal? Obs.: Os pais dessa garota ajudaram a reconstruir um país arrasado pela guerra. Certamente ela deve falar no mínimo três idiomas e ter muito mais consciência de seu papel no mundo do que esses "sem-noção" de plantão com o cérebro do tamanho de uma nóz. Tentar comprrender o ponto de vista de uma jovem alemã, vinda do pais mais rico da UE, que possui um dos mais altos níveis de vida do mundo e exemplos notáveis de trabalhos na área ambiental, vai além da compreenção de muitos tupiniquins. Mais livros e menos cerveja pessoal !!! Adeus
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