De nada adianta dizer que 45% das espécies de tubarões que vivem na costa brasileira estão ameaçadas de extinção.
Segundo o biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor do Projeto Tubarões do Brasil, ele estima que se nenhuma providência for tomada a respeito, “várias espécies que já tiveram suas populações reduzidas em cerca de 90% nos últimos 20 anos vão desaparecer nas próximas décadas”. O discurso, na prática, infelizmente não ecoa em quem comete esse tipo de crime.
Basta dizer que no último dia 1º, cerca de 120 tubarões pescados ilegalmente na costa do Pará foram apreendidos pelo Ibama local. O barco pesqueiro, que capturou os animais, tinha autorização para pesca de diversos peixes com o uso de redes. Mas só pescava os tubarões e de espinhéu (centenas de anzóis presos em cordas).
A razão: a forte demanda pelas barbatanas desses animais – utilizadas na China, por exemplo, para fazer uma sopa afrodisíaca – tem causado sérios impactos nas populações de tubarões. É a chamada prática do “finning”, quando o pescador retira apenas a barbatana e descarta a carcaça do animal no mar, para morrer a míngua, pois não tem mais condições de nadar.
“Este tipo de crime ambiental ocorre porque as barbatanas têm alto valor no mercado internacional (R$ 80 o quilo), principalmente, na China, onde são usadas em sopas”, reforça Leandro Aranha, chefe da Divisão de Fauna e Pesca do Ibama.
A embarcação que pescava com o espinhéu bem como toda a carga foi apreendida. O proprietário do barco foi multado em R$ 110 mil pela pesca irregular. A carne dos tubarões foi doada à população e as barbatanas, enterradas com cal.
05/04/2011 - 09:11


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