quinta-feira, 19 de maio de 2011

Bons exemplos? Devemos imitar!

Para serem o que são hoje, os chineses precisaram antes livrar-se da herança da Revolução Cultural, que eles mesmos tinham inventado. Talvez devêssemos copiá-los nessa decisão. Os resultados são suficientemente bons para servir de referência

Blog do Alon

Em qualquer avaliação séria, a comparação do desempenho escolar de estudantes brasileiros e chineses dá um resultado, digamos, comparável ao que seria o placar de um eventual jogo de futebol entre o catalão Barcelona e o pernambucano Íbis.

Antes que me acusem de preconceito, defendo-me argumentando que o Íbis é paradigma de propaganda da própria ruindade. Deve haver algum time da Catalunha que perderia fácil para Santa Cruz, Náutico ou Sport, mas infelizmente não conheço.

Voltando à coluna, a supremacia chinesa sobre nós não chega a espantar, pois aquele país disputa com os Estados Unidos e os melhores centros europeus e japoneses a liderança em formação e educação.

Enquanto isso nós patinamos.

As melhores universidades chinesas já ombreiam em qualidade com as do assim chamado Primeiro Mundo. A ultrapassagem é apenas questão de (pouco) tempo.

As nossas? Vêm muito atrás.

O moderno progresso chinês não brotou espontaneamente. É resultado também de uma ruptura política. A ruptura com a Grande Revolução Cultural Proletária dos anos 60 e 70 do século passado.

Resumir é sempre complicado, mas aquele movimento decorreu de uma luta interna no Partido Comunista, entre o então líder Mao Tse-tung e os adversários “direitistas”. Resumindo, Mao radicalizou a revolução para concentrar poder.

Segundo os conceitos da Revolução Cultural, a luta de classes que penetra todas as esferas da atividade humana se manifesta, em consequência, também no campo da cultura.

E é necessário produzir uma nova cultura, das classes oprimidas, para contrapôr à das classes opressoras. Mas aí surge o problema. O que seria essa tal cultura dos opressores, a cultura a eliminar?

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